quarta-feira, 3 de março de 2010

Os mantras

A linha budista que eu sigo tem uns cânticos bem bacanas. Alguns são repetidos em todas as aulas e servem como preparação pra entrar no "mood" da meditação. Você vai ouvindo e cantando junto, baixinho, ouvindo a própria voz, repetindo e esquecendo de todo o resto. As letras são em português. A voz da moça que canta no cd é bem bonita, me lembra a da Nara Leão no disco dos Saltimbancos. No começo eu achava tudo bem engraçado e tinha vontade de rir. Achava piegas, aquela coisa bem oriental respeitosa ao extremo, sabe? Uns termos que soam engraçado e lembram outras palavras, mas no fundo é bem bonito. Alguns cânticos são cantados só algumas vezes e eu gosto tanto de algumas frases, que tenho vontade de levantar, subir no altar, pegar o microfone da mão da monja e até fazer uma coreografia. Já pensou como seria um budismo carismático!? Errr... Pensando bem, eu não só pensei, como já fui a um templo desses. Respeito, mas não é pra mim. Vamos deixar pra lá essa empolgação. Meditação é coisa séria e os cânticos servem para resumir os ensinamentos em frases curtas e que entrem de verdade na nossa cabeça.

O fato é que eu já decorei a maioria dos cânticos e mantras. E achei tão bacana o que a Monja disse hoje sobre automatizar as coisas. Ela disse que uma pessoa que fica velha, começa a perder a memória de fatos recentes, mas lembra direitinho como dirigir ou como tocar aquela canção ao piano. E que tudo o que a gente automatiza fica pra sempre na memória. E que os ensinamentos budistas têm que se entranhar assim na vida da gente. Que têm que entrar na mente, no corpo, no automático. E que na hora da nossa morte, nem sempre a gente vai ter consciência pra pedir, pra rezar, mas se os cânticos estiverem automáticos na gente, eles vão surgir na hora, sem esforço e que isso é muito, muito auspicioso para nossas próximas vidas. Gostei muito disso.

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