quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Quase é quase nada.

Mas quase nada já é alguma coisa. E quando digo que sou quase budista é porque eu ainda não estou tão certa disso. Nem sei há quanto tempo eu frequento uma sala de meditação. Houve uma tentativa há alguns anos, algumas visitas esporádicas, uma retomada forte no início deste ano, 2 retiros e algumas faltas: falta de disciplina, falta de vontade, falta de vergonha na cara, falta de tudo isso junto e mais um pouco e olha eu indo meditar depois de quase um mês.

É assim mesmo. Vou vivendo com o meu trabalho enlouquecedor, minha cabeça que não para (sem acento!), não para, não para não, meus vícios, fraquezas, costumes, manias e apegos e, no meio de tudo isso, às vezes, eu medito. Muitas vezes eu não consigo, outras, apenas tento, e na maioria das vezes eu simplesmente nem tento e nada é obrigatório nem permanente nessa vida.

Mas toda vez que eu consigo, a cabeça continua cheia, mas parece que fica tudo mais organizadinho, cada coisa em seu lugar, sabe? É como no dia em que a faxineira vem em casa... Tudo limpinho, cheirosinho e arrumadinho. Tá, às vezes ela cisma de mudar as coisas de lugar, deixa os livros de ponta cabeça, mas é bem assim que eu volto da meditação. Organizada e mexida. E até acostumar com as novidades da faxina leva um tempinho. Mas, aos poucos, a gente acostuma.

E enquanto eu acostumo e vou assimilando onde fica cada coisa, onde se encaixa cada pensamento, como funciona cada sensação, preciso matutar muito. Escrever ajuda bastante. E compartilhar, ajuda mais ainda.

Foi pra isso que criei este espaço: pra dividir os reflexos da filosofia budista na minha vida com quem estiver a fim. E se, com a minha tenra experiência búdica aqui divulgada, eu puder plantar uma sementinha de darma, nossa, como vai ser bom.

E como sou iniciante e vou dizer - sem qualquer compromisso com qualquer linha ou local de meditação - tudo o que eu quiser (questionamentos, inclusive), prefiro não vou divulgar o nome do local que frequento, nem a linha budista. Aqui é a minha mente trabalhando. São os meus pensamentos a respeito do que vejo e as consequencias do que ouço, leio, assimilo e aprendo. E pensamento não carece de censura ou ajuste à qualquer regra, não é mesmo? O que eu posso fazer, em respeito a Buda e aos ensinamentos, é tentar não dizer muita besteira. E só.

Sendo assim, está inaugurado o "Eu, quase budista". Até breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Medite sobre isso.